O calor extremo que asfixia grande parte do México já matou dezenas de pessoas, mas as temperaturas mais altas ainda estão por vir, dizem as autoridades.
“Nos próximos 10 a 15 dias, o país experimentará as temperaturas mais altas já registradas”, disseram pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) em comunicado no início desta semana. Eles chamaram a onda de calor de “sem precedentes”.
De acordo com o Weather Channel, no início da próxima semana, as temperaturas em Veracruz deverão subir para 37°C, Tabasco será de 40°C e Mexicali atingirá temperaturas de 40,5°C.
As temperaturas na capital, Cidade do México, podem atingir um recorde de 35°C nas próximas duas semanas, disse Jorge Zavala, diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas e Mudanças Climáticas da UNAM.
A maior parte dos 21 milhões de residentes da área metropolitana – habituados a um clima mais temperado – não tem ar condicionado. No início deste mês, a capital foi uma das pelo menos 10 cidades do México que registaram o dia mais quente já registado.
O México tem sofrido com um fenômeno climático de alta pressão conhecido como “cúpula de calor”, que prendeu ar quente em grande parte do país, criando temperaturas recordes que ultrapassaram os 45°C em alguns lugares.
Causas relacionadas ao calor mataram 22 pessoas entre 12 e 21 de maio, de acordo com números preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde do México. O período de 10 dias coincidiu com a segunda e terceira ondas de calor das cinco previstas para março a julho pelas principais agências meteorológicas do país. A terceira onda de calor está em curso.
As novas mortes elevam para 48 o número de mortes causadas pelas temperaturas extremas desde o início da estação quente, em 17 de março, principalmente devido à insolação e algumas à desidratação. No mesmo momento das estações quentes de 2022 e 2023 no México, o Ministério da Saúde relatou apenas duas e três mortes relacionadas com o calor, respetivamente.
Dados do Ministério da Saúde também mostram que centenas de pessoas sobreviveram a insolação, queimaduras solares, desidratação e outras condições relacionadas com o calor.
O calor sufocante exacerbou uma seca nacional e sobrecarregou a rede elétrica do México, com macacos caindo mortos das árvores devido a suspeita de desidratação.